quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Dosagem de produtos de higiene e limpeza

Dosagens dos produtos de higiene e limpeza


A dosagem dos produtos de higiene e limpeza é uma formatação que determina qual a quantidade necessária (em volume ou massa) de um produto (soluto) num solvente (água), para que a ação proposta (higiene e limpeza) pelo mesmo seja alcançada. Essa recomendação deve estar claramente definida em sua literatura técnica (rótulos, fichas comerciais e de aplicabilidade). 


A dosagem é um parâmetro que requer atenção especial, pois é a partir da mesma que os objetivos (higienização e limpeza) e as metas (custo de aplicação) serão contemplados;ela pode ser considerada como um Ponto Crítico de Controle (PCC) no efeito da remover eficazmente a sujidade. As indicações de dosagem dos produtos de higiene e limpeza variam de acordo com a sua composição, o princípio ativo e a densidade. A composição definirá a aplicabilidade do produto; o princípio ativo, a sua performance (eficácia), e a densidade definirá a quantificação na diluição do produto em relação a sua indicação em peso ou volume, se o mesmo necessitar de uma diluição prévia para sua aplicação.



A composição é a estrutura químico-biológica do produto, incluindo o(s) princípio(s) ativo(s), coadjuvantes, cargas e todos os componentes que dão as características físico-químicas plena do composto. O princípio ativo é o componente responsável pela característica químico-biológica do produto, eficiência e eficácia e forma de atuação sobre um determinado substrato, microorganismo ou sujidade. 

A densidade determina a quantidade de matéria que está presente em uma unidade de volume. Por exemplo, o mercúrio possui maior densidade do que o leite; isso significa que, num dado volume de mercúrio, há mais matéria do que em uma mesma quantidade de leite. A densidade dos sólidos e líquidos é expressa em gramas por centímetro cúbico (g/cm³). 

A densidade é uma referência utilizada para identificar a relação de dosagem do composto ativo em função da sua quantidade selecionada. A não observação de produtos com densidade diferente de 1,0 (hum) pode, se a mesma não for considerada, provocar distorções no resultado final à higiene e limpeza, tanto para menor como para maior. Para menor, provocando a redução da sua eficiência e eficácia. Para maior, havendo aumento do custo da higiene e limpeza.

Os produtos de higiene e limpeza podem ser indicados pelos fabricantes ou pela legislação, em função da densidade dos mesmos, em peso por peso (p/p), peso por volume (p/v) e volume por volume (v/v), em diversas razões matemáticas, como percentual (%), proporcionalidade (1:1), miligramas/litro (mg/l), partes por milhão (ppm), etc. independentemente do sistema de dosagem: se manual, semiautomático, automático, de recirculação, etc. 

Formas de dosagem dos produtos

Os produtos (solutos) são orientados para uso de diversas formas, porém sempre relacionados a um tipo de solvente que normalmente é a água. A dosagem do produto tem forte influência nos resultados da higiene e limpeza, pela performance e pelo custo, mas o sistema de dosagem tem linguagem específica mediante o ambiente encontrado.

A densidade da água é considerada igual a 1 por seu volume de 01 [um] litro pesar exatamente 01 [um] quilo nas Condições Normais de Temperatura e Pressão e aproximadamente a 4oC. 

Nas cozinhas e setores de preparo de alimentos, o mais usual é a concentração percentual (%). Na higienização e limpeza, o percentual também é muito usual, embora a proporcionalidade (1:1) seja maior. 

No setor de lavanderia, o mais utilizado não está relacionado ao solvente (água da lavagem), mas principalmente ao substrato (à roupa) e o indicado é o g/kg (gramas por quilo) de roupa seca.

A tabela elaborada a seguir mostra para cada valor percentual indicado a quantidade proporcional do produto a ser dosado (soluto) e a quantidade, em volume, da água (solvente) para elaborar a solução de higiene e limpeza destinada ao processo pretendido.
                                         Proporção percentual de dosagem de produtos


Essa forma de não agregar o valor sobre o solvente [água] e sim a quantidade de substrato [roupa] é para facilitar o processo de dosagem, pois a relação têxtil : água é definida pelo fabricante de máquinas e bastante conhecida por todos. A dosagem sobre a roupa permite maior acompanhamento dos custos do processo de lavagem.

Essa relação é muito comum para produtos como sabonetes líquidos, detergentes e desinfetantes (tipo pronto-uso), desegordurantes, desengraxantes, etc. Para produtos de alta concentração de ativos, que requerem dosagens muito pequenas, a relação de controle está em parte por milhão (ppm), ou seja, uma parte do produto (soluto) para um milhão de partes de água (solvente). 

                                            Comparativo de proporção em ppm x gramas x %

Essa relação é muito utilizada para aplicação de produtos sanitizantes; tratamento de água potável, sistemas de refrigeração; caldeiras, etc. Um outro fator primordial, além da definição da dosagem, é o volume do recipiente onde será preparada a diluição desse produto. 

Tipos de dosagem dos produtos

As soluções dos produtos de higiene e limpeza são preparadas em diversas razões matemáticas, como proporcionalidades, percentuais, etc. Após essa leitura e definição, é muito importante que a quantidade do soluto (produto), a ser adicionada ao solvente (água), esteja próxima ao valor predefinido. A dosagem do produto de higiene e limpeza pode ser realizada de forma contínua, intermitente, batelada e programada. A aplicação pode ser pelo método manual, semiautomático e automático.

Dosagem contínua
A forma contínua é pouco usual no processo de higiene e limpeza, sendo mais utilizada para processos que operem com vazões constantes de alimentação do solvente (água).

Dosagem intermitente
A dosagem intermitente também tem pouca utilização no sistema de higiene e limpeza. Apresenta características semelhantes à da contínua, porém com intervalos e frequência definidas de acordo com o tipo de aplicação. 

Dosagem por bateladas
A dosagem por bateladas é a mais usual para operações de higiene e limpeza (Limpeza de dois baldes, por exemplo), cozinha (Detergentes neutros, desengordurante, e máquinas de lavar louça) e lavanderia (Máquinas de lavar roupa, tipo convencional.) Essa ocorrência é devido aos tipos, procedimentos e equipamentos empregados para realizarem a tarefa de higiene e limpeza.

Dosagem programada
A programada é semelhante à dosagem por bateladas, porém realizada por períodos predefinidos, como a adição de sabão e secante na máquina de lavar louças e para dosadores na lavanderia e em sistemas CIP (Clean in place. Limpeza estacionária em equipamentos por sistemas de circulação. Muito utilizado na limpeza e higienização de indústrias alimentícias.) 

Métodos de dosagem dos produtos
Após a definição da concentração, do tipo de dosagem, o método empregado na aplicação dos produtos químicos é também considerado como um importante ponto de controle. O método pode ser definido como manual, semiautomático e automático. Podem ser adotados em procedimentos individuais ou em conjunto, de acordo com os processos, as etapas, o ambiente e as necessidades da limpeza.

O sistema manual e o semiautomático são os que podem favorecer o desperdício (positivo e negativo) na aplicação dos produtos, pois estão diretamente ligados aos procedimentos, comportamentos e às habilidades do operador da limpeza que, se não adequadamente treinados, podem gerar uma avalanche de não conformidades. 

Consideramos como desperdício positivo a superdosagem do produto na operação de limpeza, ou seja, maior eficácia (ação de limpeza) pela maior concentração de produtos, mas os custos sobem pela utilização do produto além da necessidade. O desperdício negativo ocorre pela subdosagem do produto na operação
de limpeza, ou seja, menor eficácia (ação de limpeza) pela menor concentração de produtos. Apesar dos custos relativamente menores pela utilização do produto aquém da necessidade ideal, o objetivo da mesma não é atingido.

O sistema semiautomático requer menor atenção por ocasião da dosagem, porém ainda não é o essencial quanto aos custos e à eficiência. Continua sendo operacionalizado pelo operador da limpeza, que, se não estiver atento aos sistemas de dosagem, poderá não atender aos objetivos (higienização) e às metas (custos) da limpeza.

O sistema automático é o mais completo por ser lógico. Pode, além de garantir a dosagem adequada, ser monitorado (informações) sobre a quantidade de processos, etapas, produtos, tempo de operação, custo, dentre outros. Pode ainda, por avisos sonoros, alertar o usuário quanto à reposição dos mesmos no equipamento.

Nesse sistema, a interferência humana, apesar de ser menor na preparação e dosagem dos produtos, é relevante na manutenção e calibração dos equipamentos que são fatores essenciais para a garantia de dosagem dos produtos. A programação, independentemente da habilitação do ser humano, poderá apresentar desperdícios positivos ou negativos, se alguns dos componentes dos dosadores apresentarem variações por danos, uso indevido, falta de manutenção e desgastes prematuros.

Apesar de toda a tecnologia existente para qualquer sistema de dosagem, nenhum deles deverá ser blindado ao operador, que deve estar capacitado para agir com habilidade em métodos, processos e produtos de higiene e limpeza, independentemente dos sistemas de dosagem. Portanto, o operador deverá estar capacitado e treinado para operar os sistemas de dosagem em qualquer método. É o operador que delimita os resultados pretendidos da higiene e limpeza e para ele deve ser focada a qualificação técnica e operacional.

Dosagem manual
A dosagem manual dos produtos consiste na manipulação do operador de higiene e limpeza, diretamente com o produto, ou seja, em todas as suas fases. É ele quem retira e prepara a quantidade e o produto definido para a operação de higienização e limpeza. Essa operação pode ser realizada próxima e no local de aplicação (o produto concentrado vai até próximo ou ao local de aplicação), em locais específicos (almoxarifado) ou diretamente no Depósito de Materiais de Limpeza (DML).


Dosagem semiautomática
Nesse caso o operador não manipula o produto, o mesmo é dosado na quantidade predefinida pelo diluidor/dosador para a operação de higienização e limpeza. Essa operação pode ser realizada próxima ao local de aplicação, no local de aplicação ou no DML (a solução é transportada até o local de aplicação).
No local de aplicação ou próximo ao local de aplicação, esse sistema de dosagem é conhecido como central de dosagens estacionária, ilhas químicas ou oásis.

                                           Dosadores diluidores Tron

Sistema de ponto de estoque, manipulação e coleta de produto de higiene e limpeza instalado próximo a área de trabalho e aplicação do produto. Semelhante ao DML. Pode ser fixo e móvel. Esse sistema é trabalhado por várias empresas, tendo a Ecolab Química como fomentadora. 

Dosagem automática
Na dosagem automática dos produtos, não ocorre a manipulação do operador de higiene e limpeza diretamente com o produto. Ele poderá manipular o sistema de controle (liga/desliga) dos equipamentos de dosagem ou operar os pulverizadores ou as pistolas aplicadoras. Essa operação pode ser realizada próxima ao local de aplicação ou por acionamento a distância (controle remoto/internet).

A dosagem automática permite ao operador maior eficiência pela automação e pelo controle de dosagem.
                                              Dosadores de produtos Tron – lavanderia e cozinha
                                             Fonte: http://www.tron-ce.com.br/produtos/produtos_lavanderia.html.

Recipientes: cálculos de dosagem dos produtos

Para realizar a dosagem manual, semiautomática (diluidores) e automática (dosadores), é importante que o operador tenha conhecimento da capacidade dos recipientes que vão ser utilizados para realizar as devidas misturas ou que possa realizar esses cálculos imediatamente.

A maioria dessas misturas é preparada em recipientes cujas dimensões, em volume, são variadas pelos diversos tipos e formatos encontrados nesses recipientes, que podem ser quadrados, retangulares, cilíndricos, cônicos, etc. O volume dos recipientes em que são preparadas as soluções de higiene e limpeza precisam ser conhecidos, não milimetricamente, porém não devem sofrer variações absurdas.

Os recipientes devem ser maiores do que o volume requerido, por exemplo, para preparar 10 litros de solução, o ideal é que o recipiente tenha dimensões, no máximo, para aproximadamente 15 litros, ou seja,
aproximadamente 50% superior em volume total. 

Esse excedente de volume permitirá o manuseio do recipiente com menor risco de desperdícios por respingo e derramamento, porém não deverá ultrapassar esse limite. Os recipientes, tanto de preparo como os de dosagens, devem ser graduados para reduzir os riscos de variações bruscas positivas e negativas, como sub e superdosagens e por consequência falhas de higienização/limpeza e desperdícios de produtos.

Para subdosagens, o objetivo não será atendido. Com relação à superdosagem, essa significa desperdício financeiro e agressão ambiental, por serem lançadas ao ambiente de limpeza e ao meio ambiente uma quantidade desnecessária de produtos químicos. Portanto, o conhecimento dos volumes dos recipientes é fundamental.






O conhecimento do volume dos recipientes contribui para reduzir riscos exponenciais no complexo da cozinha; no sistema de higienização e limpeza de ambientes e na lavanderia, pela eficiência e eficácia dos produtos utilizados. 

Métodos de aplicação no complexo da cozinha

O complexo da cozinha é o ambiente que utiliza todos os métodos (manual, semiautomático e automático) para aplicação dos produtos de higiene e limpeza, em razão da diversidade de substratos, utensílios, equipamentos e ambientes e, principalmente, como garantia da segurança alimentar. A seleção do método é variável em razão da dificuldade de acesso do produto/operador, do tipo de equipamento/utensílio e do risco de contaminação e segurança operacional. O sistema pode ser definido ainda em função do tipo de sujidade (leve, média e pesada), pelo sistema de limpeza (esfregão, imersão, etc.).

A lavagem dos utensílios pode ser realizada de forma manual (panelas/ frigideiras/assadeiras, etc.) ou mecânica (lava louça/talheres), automática, etc. A lavagem manual é realizada com a participação direta do homem no processo de limpeza. Envolve a preparação dos utensílios/equipamentos nos enxágues e na aplicação dos produtos. Nesse procedimento o risco de acidentes e contaminações poderá ser agravado pelo manuseio exagerado do ser humano de produtos químicos e substratos. O risco de contaminação existirá pela baixa temperatura aplicável ao processo de limpeza.

A lavagem mecânica é realizada com a participação indireta do homem no processo de limpeza. Não envolve nenhum contato direto com os procedimentos de enxágues nem da aplicação dos produtos. O risco de acidentes é menor se comparado ao processo manual pelo baixo manuseio do ser humano com produtos químicos e com os substratos. O risco de contaminação é menor pela possibilidade de aplicação de temperatura no processo de limpeza.

Sistema manual no complexo da cozinha
No complexo da cozinha, são diversos os ambientes que aplicam a limpeza manual, principalmente para a limpeza de utensílios (panelões, panelas, fritadeiras, assadeiras, facas, etc.); algumas superfícies (paredes, portas, bancadas, prateleiras, mesas do refeitório, cadeiras, jogos americanos (plásticos), etc.); limpeza de equipamentos (fogões, fornos convencionais, estufas, geladeiras, etc.).

O método manual consiste na aplicação de produtos sem o uso (em nenhuma das etapas) de diluidores/dosadores e equipamentos aplicadores como spray ou jatos. O processo é realizado diretamente pelo operador. Nesse sistema, são utilizados produtos detergentes, detergentes neutros e com baixa alcalinidade.

Sistema semiautomático no complexo da cozinha
O sistema semiautomático pode ser realizado em duas formas, ou na diluição ou na aplicação do produto. A diluição poderá ser automática, realizada através de diluidores/dosadores, e a aplicação pelo sistema manual
(dois baldes ou mops). A diluição poderá ser manual, e a aplicação ser realizada por meio de pulverizadores ou equipamentos aplicadores, com ou sem bombas de pressão ou por jatos de espuma. Os principais sistemas semiautomáticos são utilizados na lavagem de mãos (saboneteiras); na diluição dos produtos detergentes (lavagem manual de louças e utensílios); na limpeza de ambientes (piso, paredes, câmaras, etc.) por pulverização dos produtos de higiene e limpeza.

Sistema automático no complexo da cozinha
No sistema automático, o processo é realizado sem nenhum ou com baixo contato/interferência do operador no processo de higiene e limpeza. O principal sistema de higiene e limpeza automático da cozinha está na operação de lavagem de louças em máquinas automáticas. Esse procedimento, em função da arquitetura do equipamento, torna obrigatório o uso de dosadores automáticos de produtos. Primeiro pela temperatura elevada de operação, segundo pela qualidade final desejada, tanto na aparência (secagem) quanto na higienização (temperatura da lavagem e secagem).

Alguns ambientes podem utilizar um sistema automático, como a higiene e limpeza da câmara frigorífica (dosadores/pistolas spray) assim como equipamentos e utensílios, como forno combinado, panelões/caldeirões, panelas, coifas, fogões, fatiadores, descascadores de batatas, cortadores, moedores, serras, etc. Para outros ambientes, o uso do sistema automático deveria ser obrigatório para dosar e higienizar/limpar, em função dos riscos dos produtos (desinfetantes, alcalinos, ácidos) e do próprio ambiente, como depósitos de lixo, banheiros, vasos sanitários, esgotos, etc., em função dos riscos de contaminantes.

Os riscos estão nas falhas decorrentes dos procedimentos de lavagem desses utensílios e equipamentos. Para todos os procedimentos deve-se obedecer as três fases do programa de higiene e limpeza. Na cozinha a lavagem mecânica está diretamente ligada à máquina de lavar louças. Esse equipamento foi projetado e construído para favorecer o controle sanitário de utensílios (pratos, talheres, copos, bandejas, etc.), pelas seguintes características do sistema de lavagem e secagem como:
• temperatura elevada da fase de lavagem (50/60ºC);
• temperatura elevada da fase de secagem (80/90ºC);
• produto alcalino de lavagem;
• produto secante/auxiliar de enxágue com características bactericidas.186

Porém, em alguns momentos, a lavadora de louças ou máquina de lavar louças pode contrariar todo o sistema de segurança alimentar se existirem falhas nos POP da higiene e limpeza. Alguns pontos são  extremamente relevantes e podem provocar redeposição de resíduos ou recontaminação dos utensílios. 

Os principais pontos de riscos são:
• bicos de lavagem entupidos com resíduos de alimentos;
• uso de água com qualidade duvidosa no enxágue;
• incrustações calcáreas na máquina (paredes/bicos);
• sujidades nas cortinas de lavagem e enxágues;
• gavetas com sujidades (incrustações/gorduras);

Esses produtos não podem ser considerados como sanitizantes; porém alguns contêm álcool em sua formulação e, pelas características do álcool, associadas à temperatura, podem reduzir/eliminar algumas bactérias encontradas no complexo da cozinha. 
• troca de água de lavagem indevida;
• acúmulo de alimentos no tanque de lavagem;
• falhas nos filtros/telas de retenção de resíduos;
• arrumação inadequada da louça na gaveta.

Procedimentos para realizar a lavagem automática de louça e talheres:
Preparar a máquina:
• encher o tanque de lavagem com água;
• aquecer a água (ou adicionar água quente);
• acionar o equipamento para dosar o produto químico;

Recepção da louça para lavagem automática:
• receber a louça do comensal;
• separar os talheres da louça (pratos/bandejas);

Lavagem da louça (pratos/bandejas):
• remover os resíduos alimentares;
• remover (com esponja) os resíduos aderidos nos pratos/bandejas;
• colocar os pratos/bandejas na gaveta da máquina;
• colocar a gaveta na máquina;
• acionar a máquina de lavar louça;

Lavagem de talheres;
• colocar os talheres de molho numa solução detergente;187
• aguardar a lavagem dos pratos/bandejas;
• remover (com esponja) os resíduos aderidos nos talheres;
• colocar os talheres nos copos plásticos específicos;
• colocar os copos na gaveta da máquina;
• colocar a gaveta na máquina;
• acionar a máquina de lavar louça;

Após o ciclo da máquina:
• retirar a gaveta da máquina e aguardar secagem;
• guardar a louça e os talheres.

A lavagem automática de louça deve ser realizada seguindo criteriosamente as recomendações dos fabricantes das máquinas lavadoras e dos fabricantes dos produtos químicos com relação ao funcionamento, aos tipos de gavetas, à quantidade de utensílios em cada gaveta, os tipos de gaveta e procedimentos de higienização e limpeza da lavadora.

Qualquer procedimento inadequado na operação da lavadora poderá provocar resultados insatisfatórios na lavagem dos utensílios. Esse molho pode ser preparado com detergente neutro. Porém melhores resultados são conseguidos com produtos com função desengordurante / abrilhantadora de inox. Esses produtos são comercializados por diversas empresas como Ecolab, Skill, etc. 

Métodos de aplicação na limpeza ambiental
No ambiente, a aplicabilidade dos produtos de higiene e limpeza também necessita de todos os métodos (manual, semiautomático e automático) para, em razão da diversidade de substratos, utensílios, equipamentos, paredes, pisos (alguns), portas, vidraças, etc. A limpeza deve utilizar, principalmente, o sistema manual, pela particularidade do mesmo.

São ambientes cuja característica principal é o elevado fluxo de pessoas e com muito pouco tempo de ação para limpezas profundas (não hospitalares) ou terminais (hospitalares). A frequência de limpeza manual (diariamente em diversos horários) permite que o ambiente permaneça sempre limpo, como garantia da segurança ambiental.

A seleção do método é variável em razão da dificuldade de acesso do produto/operador, do tipo de equipamento/utensílio e do risco de contaminação e segurança operacional. O sistema pode ser definido ainda em função do tipo de sujidade (leve, média e pesada), pelo sistema de limpeza (esfregão, imersão, etc.).

Sistema manual na limpeza ambiental
Na limpeza ambiental, a maior parte das áreas a serem limpas e higienizadas pelo método de dosagem manual dos produtos deve ser de baixo risco, como corredores, portas, paredes, quadros, janelas, etc. No complexo hoteleiro, em similares e hospitalar (setores administrativos, hospedagem, lobby, recepção piscinas, parques, etc.), a limpeza deverá ser realizada de forma rápida e eficaz, em função da visibilidade dos hóspedes e clientes de saúde. Para tanto, os produtos ou carros de limpeza devem aí permanecer o menor tempo possível. São setores considerados de baixo risco operacional, apesar da frequência e do fluxo de alguns serem elevados como corredores, elevadores, salões e recepção, etc.

Nos setores de hospedagem (suíte/apartamentos/enfermaria/unidade de internação, banheiros, recuperação/academia), a limpeza poderá ser manual, semiautomática e automática, dependendo da presença ou não dos hóspedes e clientes de saúde.

Sistema semiautomático na limpeza ambiental
O método semiautomático poderá ser aplicado em todos os ambientes, no tocante à preparação dos produtos a serem utilizados. Quanto à aplicação, em alguns ambientes, pelo fluxo e pela frequência do mesmo, existirá uma maior dificuldade se a mesma for automática/mecanizada, salvo nos procedimentos de limpeza profunda (hoteleira – saída do hóspede) e terminal (hospitalar – saída do cliente de saúde), ou em função do horário/feriados para alguns tipos de estabelecimentos ou setores como administrativos por exemplo.

O sistema semiautomático é utilizado na lavagem de mãos (saboneteiras); na diluição dos produtos detergentes; na limpeza de ambientes (piso, paredes, câmaras, etc.) por pulverização dos produtos de higiene e limpeza. 

Sistema automático na limpeza ambiental
A automação do sistema de higiene e limpeza no ambiente é aplicada, principalmente, nas limpezas profundas (hoteleira) e terminais (hospitalar). Nesses tipos de limpeza, normalmente a área está isolada, sendo possível um maior tempo de operação. Nessa situação, inclusive como garantia de segurança sanitária para o próximo hóspede/cliente de saúde e o operador, é recomendável (deveria ser obrigatório) utilizar maior rigidez higiênica com produtos de maior potencialidade saneante. Sanitários e áreas comuns são as mais críticas e, portanto, a aplicação com sistema mecânico de esfregão e jatos de produtos são mais eficazes no combate aos prováveis contaminadores. A utilização de aplicadores de produtos e geradores de espuma é fundamental como garantia de uma operação profissional de higiene e limpeza; porquanto, esses ambientes podem apresentar uma maior contagem bacteriológica, em função das limpezas superficiais (hotelaria) e concorrentes (hospitalar) não apresentarem o rigor sanitário adequado.

Métodos de aplicação na lavanderia
A lavanderia é um dos principais utilizadores dos sistemas de dosagem manual, semiautomático e automático. A variabilidade ocorre pelos inúmeros processos e pelas etapas da lavagem, dos tipos de roupas, etc. Por mais automatizada que seja a lavanderia, sempre existirão os três métodos de dosagem, em maior ou menor escala. É quase impossível a não existência de equipamentos (máquinas de lavar), lavagem manual e remoção de manchas. 

A máquina de lavar roupa pode utilizar todos os métodos. Para o sistema manual, o operador dosa o produto diretamente; para o semiautomático, o operador pode acionar o mecanismo de dosagem para a máquina e, no automático, está o mais complexo sistema de dosagem de produtos em lavagem de roupas.

Esses sistemas de dosagem permitem que, depois de programados, sejam realizados todos os procedimentos de seleção, medição e adição dos produtos definidos para as variadas etapas do processo de lavagem, seja para fins hoteleiros ou hospitalares em suas variáveis de roupa com sujidade leve, média ou pesada.

Sistema manual na lavanderia
Na lavanderia, o processo de limpeza manual normalmente é empregado nas lavanderias hoteleiras e domésticas. Na hoteleira, para lavagem de roupas finas (hóspedes) e para remoção de manchas específicas, como ferrugem, enquanto que na lavanderia doméstica (roupas pessoais) essa prática é muito comum, por se tratar de peças de diversas formatações, tipos de tecidos e riscos de sangria de cores (se lavadas juntas e em processo mecânico). 

Na lavanderia hospitalar esse procedimento é incompatível com a lógica da segurança da saúde do operador e, portanto, tem raro uso (deveria ser inexistente). O sistema manual de dosagem não deverá ser aceito em nenhuma lavanderia em função dos riscos operacionais (contato com produtos químicos), principalmente nas hospitalares, por não atenderem aos pré-requisitos da biossegurança.

Em lavanderias industriais (médio e grande porte), o sistema de dosagem é completamente automatizado; porém, em lavanderias de pequeno porte, ainda é possível encontrar produtos (sabão, alvejante, acidulante, amaciante, desengordurante) dosados manualmente pelo operador. São dois os riscos: acidentes pelo manuseio dos produtos e possibilidade de lavagens despadronizadas.

Sistema semiautomático na lavanderia
O sistema semiautomático é uma evolução do sistema manual, utilizado para lavagem manual, acabamento e específico, quando alguns produtos podem ser utilizados através de aplicadores (pulverizadoes) domésticos ou aplicadores industriais (pulverizados com ar comprimido), com a finalidade de remoção de manchas ou produtos aromatizados para acabamento final da roupa.

Para o sistema de lavagem, o método semiautomático pode ser aplicado com diluidores ou dosadores de pó, como caixas basculantes, que são acionados para cada etapa do processo de lavagem (baixo ou nenhum uso atualmente).

O que pode ser entendido como sistema semiautomático é a implantação do sistema de dosadores apenas para efetuar a dosagem dos produtos de lavagem, ficando a gestão do tempo dos processos, de temperatura (vapor) em função do operador.

Sistema automático na lavanderia
A dosagem automática em lavanderias é resultado da evolução do controle de custos e da necessidade de qualificação do produto final: a roupa. Os dosadores automáticos podem realizar toda a operação de lavagem exceto a carga e descarga da roupa na mesma. Executam a dosagem de produtos, a leitura dos processos (relatório de produção e financeiro) e a operacionalização da máquina (ligar, desligar, encher, esvaziar, etc.). 

Na lavagem de roupas, o principal sistema de automação está diretamente ligado à dosagem dos produtos utilizados na máquina de lavar, à padronização dos processos (apesar de serem mutáveis) e à segurança ocupacional, que são fatores relevantes. Algumas empresas já estão ofertando, além dos sistemas de dosagem, softs de controle e de informações que conduzem essas lavanderias à melhoria da gestão administrativa, financeira e de recursos humanos (custo e controle operacionais), podendo assim planejar com larga margem de eficiência sua produtividade em diversos momentos de sazonalidade, principalmente para lavanderias hoteleiras (terceirizadas ou não).

Nas lavanderias hospitalares, a prática da automação está na operacionalização dos processos e na garantia do mínimo contato do operador com a máquina, contendo roupas infectadas (nas primeiras etapas do processo de lavagem). Esse contato é reduzido por tornar desnecessário abrir a máquina ou a gaveta de dosagem para adicionar o produto. Nesse momento, podem ocorrer respingos de água contaminada ou sujidades (excrementos) no operador.

A implantação de dosadores na lavanderia pode, aparentemente, alterar (para mais ou para menos) o tempo real de lavagem; o consumo de energia, de produtos, e o resultado da lavagem (maior ou menor retorno com manchas para relavagem), em função das interferências (maior ou menor) anteriores de cada operador, quando comparadas ao processo manual. É extremamente natural a alteração do tempo (para maior ou para menor), pois alguns operadores estão “acostumados” a lavar mediante a “cara da roupa” ou em função de atrasos logísticos, sendo necessário aumentar a velocidade da lavagem. Esses fatos podem ocorrer, para aumentar a “capacidade operacional das máquinas”, em datas de alta ocupação como carnaval, Natal, Reveillon, etc.

Quando é utilizado o processo de dosagem manual, alguns valores de tempo, como enxágues, tempo de enchimento e descarga não são contabilizados ao tempo final do processo de lavagem. Ao implantar os dosadores, esse tempo, obrigatoriamente, deverá ser registrado tornando “aparentemente” a lavagem mais demorada.

A automação pode provocar insatisfações para alguns operadores/ lavadores, pela perda da mobilidade para aumentar sua “produtividade” na lavanderia. Porém, os dois beneficiados – lavanderia e clientes – ganham padrão e qualidade na lavagem.

Um outro fato que foi detectado, como ponto de insatisfação, diz respeito à limitação imposta aos operadores e ao chefe de lavagem, com relação às suas mirabolantes formas e receitas de lavagem denominada por alguns como “segredos profissionais”, pela padronização do sistema de lavagem com dosadores automáticos. Alguns dizem que perdem criatividade ao executar o sistema padrão, definido pelos equipamentos. Outros dizem que a profissão do lavador será extinta.

Acreditamos que a qualificação na gestão e na linha sistêmica será o principal benefício, pois, afinal, lavar roupas não pode mais ser considerada uma evolução da lavadeira à beira de um riacho. 

                                       Sistema de lavagem de roupas – dosadores de produtos
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