domingo, abril 15, 2012

Plano Estratégico - Como montar uma lavanderia (2/10) Valores, Missão, Visão

Plano Estratégico - Como montar uma lavanderia (2/10)



Continuando o projeto - Como montar uma lavanderia de pequeno porte - estamos postando o 2 tópico que aborda o Plano Estratégico referente aos conceitos de Crenças, Mitos, Valores, Missão e Visão. 

Que os tópicos apresentados possam contribuir para melhoria da qualidade na gestão de métodos, processos e produtos da lavanderia.


De acordo com CARVALHO et. al (2008), em estratégia empresarial, existe uma relação entre valores, missão, visão, objetivos, metas e estratégia. Estes autores defendem um esquema, em que a visão funciona como uma "umbrella" à missão, aos objetivos e a estratégia e os valores são o balastro, a fundação de todo o movimento. Segundo os autores a visão, misão objetivos e valores permitem conhecer o "para onde se que ir" enquanto a restante estratégia permite respostas ao "por onde se pretende ir" em "quanto tempo", "com quem" (Recursos Humanos) e, principalmente, "quanto custará e quanto ganharemos nessa viagem".


A avaliação dos riscos caberá ao resultado do "Diagnóstico ambiental e análise SWOT". (Tópicos das próximas postagens).

 Mas, continuando....

A administração além de ser considerada Arte de Praticar a Ciência pode ser comparada como uma sortida FARMÁCIA. (Existem medicamentos para todas as doenças da organização). Caberá ao administrador avaliar (diagnosticar) as doenças mais Graves, mais Urgentes ou as Tendências (Método GUT) e, numa decisão inteligente priorizar a medicação, a dosagem, a frequência e a forma de tratamento. 

Cuidado!!! Observar sempre: O medicamento correto, na dose correta, na via correta, na frequência correta, na hora correta, no paciente certo.
Cuidado com prescrições empíricas e auto-medicação.

O Diagnóstico deverá ser muito bem elaborado antes de remeter a empresa à qualquer tratamento, mesmo que em caráter emergencial.

O DIAGNÓSTICO PASSA PELA SENSIBILIDADE DA GESTÃO.

                         GESTÃO EMPRESARIAL

O termo gestão deriva do latim gestione e significa gerir, gerência, administração. Administrar é planejar, organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo. Segundo o professor Catelli, gerir é fazer as coisas acontecerem e conduzir a organização para seus objetivos.

As evoluções do modo de como se olhar às organizações têm sido constantes. Entre as várias maneiras, a mais significativa é abordá-las como um sistema aberto, que interage com seu ambiente. Churchman define: “(...) um sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades” e, em sua caracterização, devemos considerar; seus objetivos, sua finalidade, seu ambiente, seus elementos, seu planejamento e sua administração.

As organizações, na condição de instituições sociais, têm sua atuação baseada num processo de trocas de recursos com seu meio ambiente. Nesse universo, as empresas caracterizam-se como um tipo particular de organização e como as demais trocam bens e serviços por bens e serviços. Atividades são executadas para a concretização desse processo, em que os recursos consumidos são processados e transformados em bens e/ou serviços.

O modelo de gestão representa os princípios básicos que norteiam uma organização e serve como referencial para orientar os gestores nos processos de planejamento, tomada de decisão e controle. É preciso mencionar que uma entidade não tem como finalidade somente maximizar seus resultados, mas um elenco de finalidades, como: melhoria da produtividade, satisfação de seus clientes, responsabilidade pública, desenvolvimento de recursos humanos etc. A empresa, porém, deverá cumprir sua missão para garantir sua continuidade.

Para assegurar o cumprimento da missão e sua continuidade, os gestores, na condução das atividades empresariais, o farão de maneira formal, de acordo com a estrutura definida pelo processo de gestão – que analiticamente corresponde às fases de planejamentoexecução e controle


As decisões tomadas, estruturadas num processo de tomada de decisão, devem ser melhores possíveis e adequadas. Diz respeito aos diversos eventos, como comprar, estocar, produzir, vender, aplicar, captar etc. e estarão sendo apoiadas por modelos de decisões aderentes à realidade físico-operacional. Para tanto, devem estar disponíveis dados, informações e dispositivos que permitam a simulação e a escolha da melhor alternativa entre as elencadas.

Nesse processo de intensa troca de recursos entre o sistema empresa e o seu meio ambiente, existe um que é vital para viabilizar as melhores decisões possíveis no processo de gestão: a informação

Nesse sentido, é necessário, de maneira estruturada, adquirir, acumular e gerenciar um estoque de conhecimento sobre as variáveis externas e internas, que permeiam o relacionamento entre os ambientes externos e internos.

Destaca-se a característica de que a informaçãocomo um produto cuidadosamente planejado, é um recurso necessário à condução da organização na harmonização de seus ambientes externos e internos. Portanto, evidencia-se a necessidade de disponibilizar ao gestor um instrumento que o apoie no processo de gestão, no fornecimento das informações requeridas; Sistema de Informações (SI).

Até aqui enfatizamos a necessidade de a empresa, por ser um sistema aberto, estar continuamente interagindo com o ambiente externo, como requisito para a sua sobrevivência (continuidade), para isso se fez útil à implantação de um sistema de informação que respondesse de forma rápida a resposta às pressões ambientais.

Nesse sentido, destacamos as interações entre o modelo de gestão, o processo de gestão e os sistemas de informações da empresa, como elementos que desempenham papel fundamental para assegurar a eficácia dos gestores e, conseqüentemente da empresa.
  
A seguir apresentamos os conceitos de EFICIÊNCIA e EFICÁCIA:

    EFICIÊNCIA: Fazer bem feito alguma coisa. Fazer adequadamente um trabalho.
  EFICÁCIA: Grau em que são satisfeitas as expectativas de resultados. Cumprimento da missão.


                        2.   PLANEJAMENTO

Nesse ambiente de turbulência e de grande competição entre as empresas, a única saída para os gestores alcançarem seus objetivos é planejar cuidadosamente as ações que pretendem empreender, reavaliado, de tempos em tempos, o desempenho efetuado contra o desempenho planejado. 

FILOSOFIA DA EMPRESA

A filosofia de cada empresa é definida em função das crenças e dos valores individuais de seus sócios e administradores. Um empresário deve acreditar na condução dos seus negócios com base nas crenças indicadas estabelecendo uma filosofia para a sua empresa que contemple pagamento de salários justos, treinamento constante , estrita obediência às leis fiscais, tributárias, eleitorais e outras relacionadas ao seu ramo, intenção de produzir sem agredir o meio ambiente, e assim por diante.

2.1 Crenças, Mitos, Heróis e Cultura

São preceitos básicos estabelecidos pelo fundador da empresa.
As crenças, mitos, heróis e sua cultura são condicionantes que podem ser considerados como pontos de avanços, neutralidade e recuo da organização. Ocorrem pela hereditariedade, história pessoal, empresarial e cultural de seus fundadores.

Segundo Skinner: "o ser humano é um ser ativo, que opera no ambiente provocando modificações no mesmo e que retroagem sobre o sujeito modificando seus padrões comportamentais”.

Essas condicionantes são reflexos dos atributos apresentados por seus fundadores e proprietários que refletem pelos quais cada entidade norteia seus negócios.

Alguns mitos, tabus, lendas, crenças podem impor limites de crescimento e de desenvolvimento nas empresas, transformando-as em "caixas" com baixa interação externa. Essas empresas são fortes candidatas ao fracasso. 

No mundo atual, considerações de meio ambiente, de qualidade, de ética no relacionamento com clientes e fornecedores, de respeito aos funcionários e de responsabilidade para com a comunidade e órgãos públicos estão presentes em todas as decisões. A forma como a entidade interage com estes fatores espalha as crenças e os valores nos quais seu dirigente acredita.

Muitas vezes as crenças não são explícitas, o que naturalmente dificulta sua plena compreensão dentro da empresa, podendo inclusive levar à condução de ações estratégicas conflitantes com tais valores. Nestes casos, a coerência entre o que se acredita e o efetivamente praticado relacionam-se “valor” atribuído a estas crenças, tanto pelo proprietário quanto pela sociedade em geral.

2.2 Valores




Preceitos básicos estabelecidos pelos atuais líderes da organização e que devem balizar as ações da empresa na busca da realização de sua visão futura.

A partir do momento da definição dos valores, a empresa está criando o caminho da viagem pelo mundo corporativo. O relacionamento com os stakeholders é concretizado pelas atitudes comportamentais definidas pelas práticas virtuosas das pessoas na empresa.

Os valores são o conjunto de sentimentos que estruturam, ou pretendem estruturar, a cultura e a prática da organização [2]. Normalmente, os valores surgem agregados à missão, como uma simples relação ou de forma mais elaborada, como crenças ou políticas organizacionais. Os valores representam um conjunto de crenças essenciais ou princípios morais que informam as pessoas como devem reger os seus comportamentos na empresa.

"Actualmente, numa sociedade baseada em organizações centradas em processos e num universo socialmente mais fragmentado, os valores, que procuram transmitir um sentido comum a todos os membros nas organizações, assumem uma particular importância (VERGARA, et al., 2004)."

Os Valores da GOL, por exemplo definem o quanto seu objetivo é importante:

“Segurança (atributo primordial da aviação), Inovação, Foco no Cliente, Orientação para resultados e Sustentabilidade”.


2.3 Missão




Definimos missão como representando o objetivo maior da empresa, a razão de sua existência, baseado nos valores, na filosofia e nos interesses dos que constituem, bem como nas condições ambientais internas e externas determinantes do seu funcionamento. A missão é geralmente enunciada em termos objetivos, produtos, e ou mercados. Quando bem elaborada, deverá conter três características principais:

*   Concentrar em um número limitado de objetivos;
*   Ressaltar os valores e principais políticas praticadas aos stakeholders;
*   Definir o escopo competitivo destacando alguns dos seguintes aspectos:

*      Setor: os tipos de ramos nos quais a empresa irá operar;
*      Produtos ou aplicações: os produtos que a empresa irá trabalhar;
*  Competência e vantagens competitivas: aspectos que garantem a vantagem competitiva devem ser destacados;
*      Segmentos de mercado: o mercado e clientes que pretende servir;
*      Área geográfica: atuação por cidade, região, pais etc.

                     Exemplos de missões empresariais:

Pizza Hut (EUA):
‘’Demonstrar de forma consistente, em seus mercados, que a Pizza Hut é a melhor escolha de pizza, para qualquer ocasião. Para atingir essa meta, estaremos em toda parte onde consumidores possam desejar uma pizza”.

McDonald’s (EUA):
“Dar aos consumidores um valor superior em refeições fora de casa, oferecendo comida rápida, a custo razoavelmente baixo, de boa qualidade, em restaurantes limpos e adequados”.

A visão da GOL, por exemplo define o quanto seu objetivo é importante:
“Aproximar pessoas com segurança e inteligência”.

A missão é a FÉ da organização.

2.3 Visão



Situação prevista para o futuro da empresa.
A visão é o estado futuro desejado e alinhado com as aspirações de uma organização, algo que a organização pode definir e redigir após responder à questão “para onde pretende ir?”[4].

Normalmente a resposta a esta questão é formulada em função das análises internas e externas efetuadas e condicionada por essas análises. Saber responder a esta questão é fundamental para uma clara definição da missão e dos objetivos da empresa.

A visão compreende algo que ainda não se tem, um sonho, uma ilusão, que se acredita poder vir a ser real, uma utopia, sobre os negócios e sobre a empresa, além de utópica a visão deve ser mobilizadora e motivadora. No entanto o facto de ser uma utopia não invalida que a visão não possa e não deva vir a ser redigida e explicada ou comunicada [4].

Segundo Collins e Porras (1996), “é preciso encontrar os valores que sejam a essência do negócio e o conduzam até o futuro”

A dinâmica de preservar o básico estimulando em simultâneo o progresso tem contribuído para o sucesso de muitas grandes empresas, essa capacidade de gerir a continuidade e a mudança, exige disciplina consciente e está vinculada à capacidade de desenvolver uma visão.

Segundo estes autores a visão para ser precisa e esclarecedora deve ter duas componentes principais, a funcionar como o yin e yang, ideologia central e visualização do futuro: “A ideologia central, é o yin do nosso esquema, define o que defendemos e a razão da nossa existência”. O yin é imutável e complementa o yang, o futuro visualizado. “Esse futuro é o que aspiramos e o que esperamos alcançar e criar – algo que requer mudanças significativas e progresso para ser atingido.”




A visão da GOL, por exemplo define o quanto seu objetivo é importante:
“Ser a melhor companhia aérea para viajar, trabalhar e investir”.

A Estrategia é a forma de operacionalizar os objetivos e metas da empresa com as necessidades e desejos das pessoas.

Continua na próxima postagem...



Tópico 03: Plano Estratégico – Análise Ambiental. Pontos Fortes e Fracos, Ameaças e Oportunidades.

Prof. Roberto Maia Farias
Prof. Humberto Matias

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