- DENOMINAÇÃO DOS TECIDOS
Medeiros, D. S. Andrade, S. M. B. Felipe, M. G.
1. Acetato - Surgiu na Alemanha em 1869, e a partir de 1920 foi produzida
comercialmente. È uma fibra química, artificial, fabricada a partir da celulose derivada da madeira ou do línter do algodão e produtos químicos, Tem origem num dos
produtos químicos utilizados em sua fabricação: o ácido acético. Também denomina
vários tecidos produzidos com estes fios. O fio de acetato pode ser brilhante ou fosco;
é flexível, resistente e queima como o algodão.
2. Acrílico - Descoberto na Alemanha em 1948 é uma fibra química, sintética,
obtida por síntese de diferentes elementos extraídos do petróleo. Pode ser utilizada
pura ou misturada com outras fibras. Por ser isolante é muito empregado na fabricação
de artigos de malha e imitações de pele. É conhecido como substituto da lã, por sua
semelhança e leveza.
3. Albene - Tecido produzido com fios de acetato opaco, utilizado para roupas
externas.
4. Algodão - O algodão é utilizado como fibra têxtil há mais de 7.000 anos,
podendo-se dizer que está ligado à origem mais remota do vestuário e à evolução da
produção de artigos têxteis. Algodão em inglês cotton, daí o símbolo CO pelo qual é
representado, é a fibra que se desenvolve nas sementes de diversos tipos de plantas do
gênero Gossypium L., denominadas algodoeiro. O algodoeiro pertence à família
botânica das malváceas, que possui uma série de subtipos. A fibra de algodão é um
pêlo de semente formado pelo alongamento de uma só célula epidérmica da semente
do algodão, possuindo, portanto estrutura unicelular. Também denomina vários
tecidos produzidos com fios desta fibra.
5. Algodãozinho - Tecido de algodão, rústico e leve, feito em ligação tela.
6. Ana-ruga - Tecido de fibras naturais ou químicas, com uma superfície de listras
enrugadas. Essa superfície se cria quando se tecem conjuntamente fios de coeficientes
de encolhimento diferentes.
7. Atoalhado - Originário da França, conhecido como Terry nos E.U.A. e também
como Felpa ou Felpudo no Brasil. È um tecido obtido por fios em forma de laços que
emergem da estrutura básica, dando um efeito felpudo em uma ou ambas as faces,
usado em toalhas de banho, roupões, etc.
8. Batista - Nome originado do tecelão francês Jean Baptiste. É uma cambraia de
linho ou algodão, fina, transparente, macia e leve com ligamento tela, usada
principalmente para camisaria.
9. Botonê – Do francês boutonner, que significa ‘abrir-se em botões’. É um tecido
com efeito de coco ralado, produzido com fios fantasia do mesmo nome e que tem
pequenas bolotas de fibras enroladas.
10. Buclê - Do francês boucler, que significa ‘encaracolar, formar laçadas’. É um
tecido ou malha confeccionado com fio que possui laçadas, originando uma textura
felpuda.
11. Brim – Originalmente tecido de linho, rústico e leve, utilizado como tela para
pintura. Posteriormente uma sarja de algodão, de fios brancos e coloridos, originária
da cidade francesa de Nîmes. Atingiu o auge da popularidade na década de 1970, com
a grande produção de jeans. Atualmente designa um tecido de ligação sarja, colorido,
utilizado para produção de roupa esportiva.
12. Brocado – Nome originado do termo italiano broccato, que significa ‘bordado’.
Era um tecido de seda com desenhos em relevo realçados por fios de ouro ou de prata.
Teve importante papel nos trajes reais em Bizâncio, durante a Idade Média o brocado
aparece também em trajes religiosos. Atualmente é um tecido de seda ou filamentos
sintéticos, podendo ser entremeado com fios metálicos, com desenhos em alto relevo,
exclusivo para roupas especiais (vestidos de noiva e debutantes).
13. Cambraia - Originalmente feito em Cambraia, na França, com acabamento
lustroso de um dos lados, mais usado para blusas e camisas finas, semelhante ao
‘batista’. A cambraia de lã é um tecido mais pesado feito em ligamento sarja com fios
de cores contrastantes no urdume e na trama, usado para ternos. Atualmente é um
tecido fino, leve e transparente de linho ou algodão, produzido por tecelagem plana,
em ligação tela e recebe um tratamento de goma.
14. Canelado - Tipo de ponto usado em malharia artesanal ou industrial provido de
caneluras. É utilizado na confecção do vestuário para acabamentos em debrum de
decotes, cavas e bordas. Também conhecido como ‘rib’ (palavra inglesa para designar
nervura, canela).
15. Canvas - Tecido denso de algodão, linho ou fibra sintética em ligamento tela,
com estrutura equilibrada e pesada usado para calças tipo jeans e roupas esportivas.
16. Cetim – Originário de Zaytum, na China. Designa o tipo de ligação do tecido
plano, caracterizado por apresentar flutuações dos fios de urdume, resultando num
aspecto brilhante. O cetim pode ser de qualquer matéria-prima, com densidade elevada
de fios no urdume, seu toque é geralmente fluido e macio, com aspecto brilhante.
17. Changeant - Tecido que tem cores diferentes na trama e no urdume,
provocando colorações mutantes e variadas de acordo com a incidência da luz; pode
ser chamado também de furta-cor.
18. Chiffon - Do francês, designa um tecido muito fino, leve e transparente, de
seda ou de filamentos químicos, com alta torção, de aparência delicada, as vezes
enrugado, porém forte e resistente, usado para o vestuário feminino.
19. Cotelê - Termo derivado do francês, designa superfície com saliências
longitudinais – mais especificamente, um tecido estriado e aveludado, feito de algodão
ou raion (viscose). É um tecido resistente originário da Inglaterra, com estrias
(costelas) verticais. Refere-se também a um tecido de veludo com o mesmo efeito
(corduroy).
20. Coolmax - Marca registrada da DuPont, Coolmax é produzido com uma fibra
de poliéster com quatro canais, (corte transversal modificado), especialmente
desenvolvida para transportar o suor para longe da pele. Utilizada na produção de
tecidos para roupa esportiva e de ginástica.
21. Crepe - Tecido de aspecto granulado e fluido, com toque seco e áspero,
produzido com fios de alta torção. Possui baixa densidade de urdume e trama, e
ligação irregular. Existem no mercado vários tipos de crepe (crepe cetim, crepe da
china, crepe georgette, crepe mousse, crepe susette, etc.).
22. Crepom – Termo genérico para um tecido crespo e enrugado semelhante ao
crepe. Em ligação tafetá de diversas composições, onde o efeito principal é obtido na
utilização de fio crepe em urdume e trama ou somente em trama, mas com torção em
um só sentido. O aspecto geral do tecido é muito mais plissado ou ondulado no sentido
urdume, mas para isso o encolhimento na largura é mais elevado. Quando estes tecidos
têm um encolhimento bem elevado, eles têm um aspecto de casca de melão, ou
creponado. Usado no vestuário masculino e em camisaria.
23. Cotton - Do inglês, algodão. Atualmente designa o tecido originário da mistura
de algodão com elastano.
24. Damasco - Originário da cidade de Damasco, capital da Síria. Conhecido
também como Adamascado. Tecido Jacquard de linho, seda ou algodão com desenhos
formados pela utilização de fios opacos e brilhantes, muito usado para artigos do lar
(cama e mesa), decoração (cortinas e estofamento).
25. Denim - Deriva da cidade francesa Nîmes, ganhou o nome de Serje de Nîmes
(usando ligação sarja), que se corrompeu para ‘denim’. Tecido pesado de algodão cru
ou com fios de urdume tintos em índigo e fios de trama brancos, em ligamento sarja
2X1 ou 3X1, muito usado para calças tipo jeans. Este tecido vem sendo utilizado
desde o final do século XIX na confecção de roupas para trabalhos pesados. Tornou-se
muito popular a partir de 1970, devido ao grande interesse dos hippies por este tecido.
26. Devorê - Tecido que apresenta desenhos com efeitos de transparência,
produzido a partir de um tecido com fio celulósico, binado com um fio de filamentos
sintéticos, estampado com produto químico corrosivo que destrói a fibra celulósica.
27. Dry fit - Tecido feito com fios de fibra SUPPLEX (marca registrada da
DuPont), que proporciona excelente conforto para peças esportivas e de ginástica que
exigem uma alta capacidade de absorção da transpiração, proporcionando-lhe a
capacidade de tirar a umidade do corpo e transportá-la para o meio ambiente.
28. Entretela - Tecido de algodão endurecido com goma, usado para forros de gola,
cós, etc.
29. Façoné – Do francês que significa ‘formar desenhos’. É um de tecido com
desenhos bordados em cor única, que se mostram brilhantes no lado direito e opacos
no avesso, provocando um bonito efeito, principalmente no cetim
30. Flamê – Do francês flamme, que significa ‘chama’. Designa um fio irregular,
com partes mais grossas (a intervalos iguais ou diferentes), que lembram uma chama,
originando tecido que apresenta texturas irregulares na sua superfície. Esse efeito é
obtido tanto pelo efeito de fiação como de torção. O fio flamê é o que produz o
refinado shantung (que usa o fio flamê no sentido da trama). Este fio pode ser feito de
diferentes fibras como: poliéster, algodão, linho e seda, dentre outras.
31. Fustão - Originário de Fustat, subúrbio do Cairo, no Egito, onde se fabricava
este tecido, depois conhecido como Fustan. É um tecido pesado de algodão, com
ligamento reps, formando estrias no sentido do urdume.
32. Granitê – Do francês granité que significa ‘granitado’. Tecido com aspecto de
crepe ou de grãos miúdos (granito), produzido com fios dos mais variados tipos de
fibras, obtido por ligamento especifico ou pela utilização de fios com elevada torção,
ou por ambos. Também conhecido como Crepe Musse.
33. Gabardine - Originário da Espanha significa ‘proteção climática’. Durante a
Idade Média conhecido como manto dos hebreus ou manta popular. Tecido sarjado em
fio de algodão, com trama bem fechada usado para capas de chuva e sobretudo
(casaco), desde que pré-encolhido e impermeabilizado. Designa também um tecido de
algodão ou lã puros ou com poliéster, com ligamento sarja 2X1 ou 2X2, que produz
um efeito diagonal acentuado. A gabardine é um tecido muito usado no vestuário.
Assemelha-se muito ao brim, porém mais leve.
34. Gorgurão - Do francês ‘gros-grain’. Tecido de ligação em tela, encorpado,
pesado, onde a trama muito grossa provoca o efeito de nervura. Geralmente feito de
seda, teve origem na Idade Média. Atualmente é feito com vários tipos de fibra,
naturais e químicas, sendo muito usado para calças e estofamento.
35. Guipire - Tecido de renda em seda, linho ou algodão, formado por um tule
desenhado (ou bordado), trabalhado em motivos florais bem definidos e empregado
em vestidos, imitando renda fina feita à mão.
36. Helanca - Produto da empresa Heberlein Corporation, New York City, que foi
a pioneira na produção do primeiro fio texturizado em 1947. Helanca é a marca
registrada desta empresa para um tecido de fios de náilon ou poliéster feito sob sua
concessão.
37. Índigo - Designa a tintura vegetal azul originária da planta leguminosa
“Indigofera sufruticosa mil”. Usada no tingimento de roupas, celebrizou o eterno
jeans.
38. Jacquard - Deriva de Joseph Marie Jacquard, o francês que inventou o aparelho
que possibilita ligamentos praticamente independentes para cada fio de urdume, em
1804, resultando em tecidos com desenhos grandes, detalhados e com grande
combinação de cores.
39. Javanesa - Tecido em ligamento tela, com fio de filamento contínuo de viscose
no urdume e fio de viscose fiado na trama, muito usado em moda feminina.
40. Jeans - Corruptela de Gênes, nome Francês para Gênova, cidade portuária na
Itália que acabou batizando as resistentes calças de trabalho usadas pelos marinheiros,
confeccionadas de tecido grosso de algodão originalmente fabricado em Nîmes, na
França. Durante a década de 1850, o mascate Levi Strauss lançou os jeans de brim em
São Francisco/Califórnia, como roupa de trabalho para mineradores de ouro que virou
sinônimo de praticidade, liberdade e descontração. Entraram em moda nos Estados
Unidos na década de 1950 e desde então, vêm sendo feitos em modelos variados. Nos
anos de 1950 e 1960, eram também conhecidos como calças rancheiras.
41. Jérsei - Originou-se na Ilha de Jersey, na Inglaterra, nos fins do século XIX.
Era um tecido tricotado, ou malha, usado em roupas de pescadores (agasalhos). Feito
inicialmente de lã, hoje pode ser de algodão, seda, fibras sintéticas ou a combinação
dessas. Atualmente designa um tecido de malharia de trama, retilínea, circular; ou de
malharia de urdume (Kettenstuhl), feito com malha simples. Todas as malhas da face
do tecido são iguais e do tipo ‘simples’, isto é, a cabeça fica na parte de trás e as
pernas na face da frente do tecido.
42. Linho - Fibra obtida da planta “Linun usitatissimum”. No Egito, o linho foi
usado como alimento e só depois como matéria prima para tecidos. Designa também o
tecido feito com fios desta fibra ou em mistura com rami, em ligamento tela, a que se
dá o nome de meio-linho, muito usado para roupas do lar (lençóis e toalhas de mesa),
ou cetim, para uso em ternos. Pode ser produzido com o linho, desde uma fina
cambraia até o canvas, bem mais encorpado. Durante todo o século XIX foi utilizado
para roupas íntimas (roupa branca). No século XX, tornou-se popular para ternos,
vestidos, blusas, saias, camisas e outras peças externas do vestuário.
43. Lurex - Nome comercial da fibra metalizada produzida pela Dow Badische
Company para uma fibra metálica, que foi lançada nos anos 40. São fios semelhantes a
uma fitinha de lâmina, com efeito colorido e aparência metálica. Tecido ou tricotado
com algodão, náilon, raiom, seda, lã, etc., o Lurex é transformado em peças do
vestuário. É particularmente adequado a roupas toalete. Também é utilizado na
fabricação de aviamentos (fitas, galões, passamanarias, etc.).
44. Lycra - Nome genérico de vários tecidos elásticos produzidos com os fios
contendo elastano, marca registrada da DuPont. O fio elastano foi inventado e
produzido pela primeira vez em escala comercial pela DuPont em 1958. Trata-se de
uma fibra sintética, elástica, resistente à abrasão e tem excelentes propriedades de
extensão e retração. Desde sua introdução no mercado, o fio lycra foi utilizado na
produção de cintas e modeladores, e durante a década de 1970, foi incorporado aos
materiais com que se fazem as roupas de banho. Atualmente está presente em todos os
segmentos do vestuário, desde roupas esportivas e de ginástica, meias e roupas
íntimas, e também em roupas de moda.
45. Malha - A malha teve como elemento básico o tricô (artesanato que remonta ao
Egito antigo, em que utilizando-se duas agulhas, proporciona-se o entrelace de uma laçada de linha, ou fio, com outra). Atualmente designa um tecido flexível e elástico,
com intervalos mais ou menos abertos formado por cada um dos anéis, nós, voltas, ou
laçadas de um fio têxtil que se entrelaça consigo mesmo ou com fios laterais.
Tecnicamente é um tecido sem urdume e sem trama. O entrelaçamento dos fios pode
ser horizontal, quando se desenvolve por trama (largura) e vertical, quando se
desenvolve por urdume (comprimento). Os tecidos de malha podem ser planos (tear
retilíneo) ou tubulares (tear circular).
46. Microfibra – É uma das mais importantes criações da indústria têxtil desde a
década de 1950, quando foi desenvolvida pela Rhodia, primeiro em náilon, agora
também em poliéster. As microfibras são todos os fios artificiais que têm títulos
compostos por filamentos: menor ou igual a 1 dtex por filamento de poliéster e menor
ou igual a 1,2 dtex por filamento de poliamida e com um diâmetro de 10 a 12 mícrons.
Para efeito de comparação, a espessura de um cabelo humano, varia de 10 a 30
mícrons de diâmetro; a lã mais fina tem cerca de 17 mícrons; o algodão mais fino tem
13 mícrons e a seda mais fina tem 12 mícrons de diâmetro. A microfibra pode ser
misturada a fios naturais e químicos em geral.
47. Modal - É a marca registrada da fibra Modal pela empresa Leazing. A fibra
modal é ecologicamente produzida da celulose encontrada na madeira. Esta fibra
possui uma ótima capacidade de absorção e evaporação de umidade, é parceria ideal
para misturas com outras fibras. Os tecidos de modal possuem toque agradável, macio
e proporcionam conforto ao seu uso.
48. Moletom – Do francês molleton, significa 'mole e suave ao tato'. Designa um
tecido de malha cuja estrutura tem o entrelaçamento feito de tal forma que os fios da
malha, no interior ou avesso, fiquem "flutuantes". Pode ser de algodão ou lã. Se for
aliado a um processo de peluciagem ele oferece maior aquecimento do corpo não
deixando que o calor se transporte para fora do mesmo.
49. Musseline - Do francês ‘musseline’. Originário de Mawsil, Turquia, importada
para a Europa no século XVII, muito leve e transparente, produzido com fio de seda
ou de filamentos químicos, com alta torção, com aspecto de crepe.
50. Organdi - Do francês, tecido de algodão muito leve, fino e transparente,
encorpado por processo químico de engomagem com acabamento durável. No final do
século XIX, o organdi enfeitou vestidos, em particular os de noite, deu forma às
roupas infantis e adornou peças íntimas. Hoje continua sendo utilizado no vestuário
infantil, e em detalhes nos vestidos de noiva e debutantes.
51. Organza - Tecido fino de trama simples, em geral de fio de seda, raiom ou
náilon; semelhante ao organdi, porém mais armado e encorpado, é leve, flutuante,
transparente e levemente acetinado.
52. Oxford - Tecido originário de Oxford, Inglaterra, de algodão, com ligamento
tela com densidade idêntica de urdume e trama. Atualmente designa um tecido
semelhante a este, porém sintético.
53. Piquê – Do francês que significa ‘picado’. Apresenta saliências na forma de
pequenos losangos uniformemente distribuídos pela superfície do tecido, produzindo
efeitos de relevo pela estrutura. O efeito é obtido pela sobreposição e união de pontos,
os fios que unem esses pontos formam o relevo. Tradicional na camisaria, para
valorizar golas e punhos, é muito utilizado também no vestuário infantil.
54. Plissado - Tecido sintético ou misto, que foi submetido à formação de vincos
pelo calor, resultando em efeito característico. Conhecido também como ‘plissê’, em
francês.
55. Poliamida - A poliamida, ou nylon, nome comercial pelo qual também é muito
conhecido; foi a primeira fibra sintética criada pelo homem. Desenvolvida nos anos de
1930, tem como características a alta resistência, fácil lavagem, resistência ao
amarrotamento, baixa absorção de umidade, toque agradável, e secagem rápida. Uma
grande vantagem da poliamida (nylon) em relação ao poliéster é o toque mais sedoso e
melhor capacidade de transpiração.
56. Poliéster - Fibra sintética desenvolvida em 1941 pela americana Calico
Printer’s Association e incorporada aos tecidos de decoração a partir de 1946. Só em
1963 um fio de poliéster foi lançado pela DuPont, para fabricação de tecidos para
vestuário. Atualmente designa vários tecidos produzidos com estes fios. Por ser super-
resistente, o poliéster é hoje usado puro ou em mistura com outras fibras, na confecção
de variados tecidos.
57. Polyocell - O polyocell é a mistura de três fibras: lyocel, modal e o poliéster.
Esta fusão proporcionou um resultado perfeito, ou seja, as três fibras combinadas
alcançaram os melhores índices de conforto, durabilidade, estabilidade e tudo isso com
fácil manuseio.
58. Popeline - Originalmente com urdidura de seda e trama de lã, é caracterizado
pelas estrias transversais que conferem um aspecto sutilmente canelado. O nome
derivou da Fábrica Papalina (situada em Avignon na França, então sede do papado),
que confeccionava as vestes clericais e os paramentos dos sacerdotes. A popeline é
hoje um tecido cordoado, leve, resistente, muito utilizado em roupas esporte.
59. Príncipe-de-Gales - Tecido para vestuário, em lã ou outras fibras, com
ligamento sarja e motivos xadrezes.
60. Rami - Conhecido desde a Antigüidade, antes de iniciar-se a cultura do algodão
o rami era na China a fibra têxtil mais importante. Na Ásia Oriental, ele tinha a mesma
importância que o linho na Europa. Designa também diversos tecidos produzidos com
essa fibra, e é chamado impropriamente de linho.
61. Renda - Tecido de trama aberta utilizado em roupas íntimas, na moda feminina,
infantil e nas roupas de cama, mesa e banho. Há dois tipos distintos de renda: as de
agulha (feitos de agulhas de coser) e as de fusos ou bilros. Acredita-se que a renda de
bilros é originária de Flandres, na França, e a de agulha, da Itália. Nos séculos XVIII e
XIX, os centros de produção de rendas de bilros localizavam-se em Chantilly e
Valenciennes, famosos por seus desenhos típicos. Já as regiões de Alençon e Veneza
eram conhecidas por suas rendas de agulhas. No início restrita ao manto do clero e da
realeza, as rendas passaram, a partir dos séculos XVII e XVIII a ter uma aplicação
mais ampla, na forma de adornos de cabeça, babados e enfeites de vestidos. Com a
tecnologia, no final do século XIX surgiu a renda feita à máquina, que hoje é muito
usada tanto na lingerie, como em peças glamourosas.
62. Risca de giz - Primitivamente em casemira, um tipo fino de lã. Atualmente
pode ser feita de vários tipos de fibra, caracterizado por finas riscas um pouco
irregulares, como se fossem desenhadas a giz. Geralmente de cores claras sobre fundo
escuro, este tecido é muito utilizado no vestuário masculino.
63. Sarja - Tipo de ligação do tecido plano, caracterizado por apresentar estrias em
diagonal. No século XIX o Sul da França e a Catalunha tornaram-se famosos com este
tipo de armação, que foi usado para tecer mantas e tecidos para casacos e capas. Atualmente pode ser produzido com todos os tipos de fibras e é muito utilizado no
vestuário em geral.
64. Seda - Descoberta pelos chineses por volta do século IX a.C. A seda é uma
fibra natural produzida por secreção glandular, provenientes das glândulas sericígenas
da lagarta da mariposa “Bombix mori”, conhecida como bicho-da-seda, sob a forma de
dois filamentos de fibroína ligados pela sericina. Por volta do século V a.C., a
produção de seda já era suficiente para atender todo o reino chinês. De lá pra cá, esse
precioso fio se transformou na matéria-prima dos tecidos mais nobres, e mesmo hoje,
com a descoberta das microfibras sintéticas, capazes de criar tecido com o mesmo
caimento, toque e aparência da seda, o fio (de secreção glandular) dessa lagarta
continua sendo a matéria-prima de tecidos especiais, que dão origem aos mais variadas
tipos de tecidos como tafetá, cetim, crepe, etc.
65. Shantung - Tecido originário de Shantung, na China. Este tecido apesar do
aspecto de seda e de ser usado em roupas finas, apresenta uma superfície rugosa
(rústica), originada pela diferença de espessura dos fios (flamê) utilizados na sua
construção.
66. Supplex - É marca registrada da Fibra DuPont derivada do nylon (poliamida).
É indicado para produzir tecidos esportivos, visto que alia as propriedades das malhas
de algodão, confere maciez e flexibilidade a peças confeccionadas, em adição a
durabilidade e resistência do nylon. Devido ao sistema de texturização a ar aplicado
aos seus fios, apresenta um toque parecido com o do algodão, aliado a vantagens das
fibras sintéticas, proporciona conforto, resistência, caimento e possui uma secagem
relativamente mais rápida que outros tecidos.
67. Tactel - É marca registrada da Fibra DuPont de poliamida ou poliéster. Nome
comercial dado a um tecido sintético, de secagem rápida, confeccionado com essa
fibra, que passa por um processo de acabamento chamado taslanização – os fios são
encrespados com jato de ar. O tactel é muito comum em peças esportivas,
especialmente nas roupas dos surfistas e dos skatistas.
68. Tafetá - Originado da palavra persa ‘taftan’. Na língua persa, a palavra
entrelaçar se dizia taften e depois taftah. A Pérsia, juntamente com a China, é
considerada um dos berços da seda e dos tecidos. Tafetá é um tecido fino, de
tecelagem, e muito antigo. Possui toque suave de ambos os lados, com ligamento tela,
geralmente feito com fios de seda ou filamentos químicos. Também designa o desenho
ou tecido onde o entrelaçamento dos fios de urdume se faz pela metade, par/ímpar, e
com certeza foi o primeiro desenho utilizado no mundo, sendo o mais simples e o
ponto de partida na criação de qualquer tecido, é semelhante à ligação tela.
69. Tela - construção de ligação do tecido plano, caracterizada pela simetria da
distribuição dos fios na proporção 1 fio por 1 fio ( 1x1), entre urdume e trama. Esta
construção em tela proporciona uma superfície plana e regular.
70. Tencel - Fibra celulósica proveniente da polpa de madeira de árvores que são
constantemente replantadas e o processo químico utiliza um solvente totalmente
reciclável, por isso chama-se de uma fibra ecologicamente correta. Nome fantasia da
fibra liocel. O liocel representa a grande novidade entre as matérias primas têxteis,
possibilita um tecido que alia a resistência do algodão, o toque e a maciez da seda e o
perfeito caimento e frescor das fibras celulósicas.
71. Tergal - Marca comercial de um tecido de fibra sintética produzido pela
DuPont na década de 1950. Foi moda nessa época, principalmente em roupas
masculinas e saias plissadas. O tergal deixou de designar apenas a marca e a passou a
significar, popularmente tecido sintético (com fios puros ou mistos de poliéster).
72. Tricoline - Tecido de algodão penteado e mercerizado, podendo ser liso,
estampado ou xadrez, de peso ligeiramente maior do que a Cambraia, muito usado em
camisas masculinas. É macio, sedoso e leve, de trama bem fechada.
73. Tule – Originalmente era fabricado na cidade de Tulle, na França. É um tecido
leve, armado e transparente, de fios de seda, náilon ou algodão, que formam uma rede
de malhas redondas ou poligonais extensíveis, também conhecido como filó.
74. Tweed - Tecido originariamente produzido na região de Tweed, Escócia,
produzido com fios cardados de lã com duas ou mais cores, em ligamento tela ou sarja
2X2, muito usado para ternos e sobretudo (um tipo de casaco).
75. Veludo - Do latim vellutus, que significa ‘pêlos em tufos’. Nome originário da
palavra italiana Veludo, porque nos séculos XIV e XV foi fabricado exclusivamente
na Itália, onde se tornou famoso nas seguintes cidades: Veneza, Florença, Gênova e
Milão. O veludo é conhecido na Europa desde a Idade Média. É um tecido de trama
fechada com pêlos curtos e densos, que produz uma textura macia. Designa também
tecidos de algodão, viscose ou acetato, com pelos cortados, formando uma superfície
suave e macia que pode ser lisa ou formando canaletas (cotelê ou corduroy).
76. Vichy – Tecido com padrão em xadrez bicolor, muito usado em algodão,
lembrando toalhas de restaurantes campestres, proveniente da cidade de fontes de
águas minerais Vichy, na França.
77. Viscose - Desenvolvida em 1905 pela Courtauld's, a viscose é uma fibra
regenerada, sua matéria-prima é originária da celulose (polpa da madeira), que imita o
fio de seda natural. Geralmente usada em combinação com a seda, compõe tecidos
caracterizados por possuir toque frio, utilizados na confecção de roupas para o verão.
A viscose é também usada em composição com a lã. Se não sofrer nenhuma mistura,
dá origem à javanesa, uma espécie de ‘seda’ 100% artificial.
78. Xadrez - Nome genérico dado a tecidos das mais variadas matérias-primas que
apresentam padronagens que desenham de diversas formas e com várias técnicas,
figuras geométricas retas, em torno de quadrados e retângulos em duas ou mais cores,
podendo ser por estampagem ou por utilização de fios tintos.
CONCLUSÃO
Graças ao jogo de ligações e texturas utilizados na produção dos tecidos, cada país ou
povo conseguiu, há milênios, exprimir com linguagem própria, a marca de sua
identidade cultural. Essa forma de expressão – por sua evolução e sua vitalidade –
frequentemente atesta uma continuidade histórica. Atualmente, em pleno século XXI,
era industrial, a tecelagem movida pelo advento ‘moda’ privilegia a roupa pronta para
ser usada e feita industrialmente em série - ‘prêt-à-porter’ - em detrimento da
linguagem do tecido tão valorizada anteriormente.
Isso veio a ocorrer devido ao surgimento da tecnologia de produção de fibras químicas
(artificiais e sintéticas) que procuram imitar as fibras naturais, porém, conferindo-lhes
características e propriedades necessárias ao estilo de vida imposto às pessoas na era
industrial, tais como praticidade, facilidades quanto aos cuidados e conservação do
vestuário, durabilidade e conforto, tudo isso a um baixo custo.
A palavra “moda”, na língua grega, está relacionada a “kosmos, kosmese”, que quer
dizer esfera, beleza, ornamento, enfeite, medida e disciplina, o que lhe confere uma dimensão cósmica e simbólica. As mídias só transmitem ao público o discurso do
“bem vestir”, sempre em conformidade com a moda vigente, porém não os sensibiliza
com relação aos materiais utilizados nesta ‘moda’, sua forma em função da
característica do tecido utilizado, sua função, sua textura, o que evidenciaria e
justificaria o sentido do termo ‘moda’.
Com o advento da era industrial as regulamentações quanto à fabricação de tecidos
que eram extremamente controladas, o que lhes conferia uma personalidade,
banalizou-se, e deixou de existir. Aos poucos transformou-se num sistema de rupturas
aceleradas chegando à filosofia do efêmero, do consumo imediato, já sem qualquer
ligação com o contexto histórico, cultural e social.
Quando os tecidos passaram a ser construídos com fibras químicas puras ou mistas,
com ligamentos baseados em tecidos originais oriundos de determinada cultura,
ficando semelhantes aos mesmos, passaram a adquirir nomes fantasia ou comerciais
que resultaram muitas vezes em marcas registradas, e conforme o fabricante foram
adquirindo diferentes denominações para tecidos similares. Daí porque muitas vezes é
difícil o reconhecimento dos tecidos, por parte dos clientes e consumidores da
indústria da tecelagem.
Observa-se ultimamente que os criadores de moda voltaram a ver nos materiais têxteis
algo de essencial e peculiar, e os consumidores de moda também seguem esta
tendência. Os signos de uma evolução cultural e social, apoiados em tradições
seculares e míticas, conferem significado às novas fibras, concebidas sempre para
serem misturadas, onde os seus fabricantes começam a levar em conta as tradições
culturais dos povos, onde novos conceitos de armações, texturas e motivos vivem à
espera de que basicamente a cada seis meses um novo ciclo tecido-moda-sociedade se
inicie.
BIBLIOGRAFIA
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Dorivalda Santos Medeiros, Sânia Maria Belísio de Andrade, Maria Gorete Felipe.
Departamento de ngenharia Têxtil - UFRN
Natal-RN - 59078-970 dorivaldasm@hotmail.com
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