quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Higiene das mãos


Manual de Segurança na Higiene e Limpeza
Prof. Roberto Maia Farias

Manual de Segurança na Higiene e Limpeza, 2011.

Higiene das mãos é a medida sanitária de proteção simples individual e coletiva utilizada pelos colaboradores para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. O termo “lavagem das mãos” foi substituído recentemente por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento.
O termo engloba a:
Hgienização simples;
Higienização anti-séptica;
Fricção anti-séptica e;
Anti-sepsia cirúrgica das mãos.

POR QUE HIGIENIZAR AS MÃOS?

As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados.



A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma solução anti-séptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.

QUAL O OBJETIVO DA HIGIENE DAS MÃOS?

A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: A remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato e a prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS?

Todas as pessoas devem higienizar bem as mãos, principalmente todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado.

COMO FAZER? QUANDO FAZER?

As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se:
Água e Sabão;
Preparação alcoólica;
Anti-séptico.

A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo:

ÁGUA E SABÃO
Indicação:
Ao iniciar o turno de trabalho;
Antes de entrar no banheiro;
Após ir ao banheiro;
Antes e depois das refeições;
Antes do preparo de alimentos;
Após o manuseio de alimentos;
Antes do preparo e manipulação de medicamentos;
Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.

PREPARAÇÃO ALCOÓLICA
Indicação
Ao iniciar o turno de trabalho;
Antes de ir ao banheiro;
Após ir ao banheiro;
Antes e depois das refeições;
Antes de preparo de alimentos;
Antes de preparo e manipulação de medicamentos;
Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.

O uso de luvas para serem utilizadas pelos profissionais de saúde ajuda a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.

Importante:
Use Luvas somente quando indicado;
Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais, membrana mucosa, pele não intacta e outros materiais potencialmente infectantes;
Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente;
Nunca toque desnecessáriamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas;
Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar contaminação das mãos;
Lembre-se: o uso de luvas não subtitui a higienização das mãos.

ANTI-SÉPTICOS

Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele.
Indicação: 
Higienização anti-séptica das mãos.
Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes;
Nos casos de surtos.

TÉCNICAS

As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em higiene simples, anti-sépticas, fricção anti-séptica das mãos com preparações alcoólicas.

A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada.
Importante: Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos.

HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS

A finalidade é remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos.

O procedimento deve durar entre 40 a 60 segundos.
Importante: No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha; O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana; Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o ressecamento da pele.

 Fonte: www.h1n1online.com/.../higienizacao-da-maos.html

HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS

A finalidade é promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um anti-séptico.

O procedimento deve durar entre 40 a 60 segundos.

A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante.

FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS (COM PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS)

A finalidade é reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a 70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas.
O procedimento deve durar entre 20 a 30 segundos.

Importante: Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica; Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente (sem utilização de papel-toalha).
  
 
 Fonte: www.h1n1online.com/.../higienizacao-da-maos.html

IMPORTANTE
De acordo com os códigos de ética dos profissionais de saúde, quando estes colocam em risco a saúde dos pacientes podem ser responsabilizados por imperícia, negligência ou imprudência.

UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS PARA LAVAGEM DE MÃOS

ÁGUA:
A água utilizada em serviços de saúde deve ser livre de agentes contaminantes químicos e biológicos, obedecendo aos dispositivos da Portaria n. 518/GM, de 25 de março de 2004, que estabelece os procedimentos relativos ao controle e à vigilância da qualidade deste insumo. Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados, com realização de controle microbiológico semestral.

SABÕES:
Nos serviços de saúde recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância leve e não resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar ressecamentos e dermatites.
A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Para confirmar a legalidade do produto, pode-se solicitar ao vendedor a comprovação de registro na Anvisa/MS.

AGENTES ANTI-SÉPTICOS:
São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e triclosan.

PAPEL-TOALHA:
O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha.

LAVATÓRIOS:
Sempre que houver paciente (acamado ou não), examinado, manipulado, tocado, medicado ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos (por meio de lavatórios ou pias) para uso da equipe de assistência. Nos locais de manuseio de insumos, amostras, medicamentos, alimentos, também é obrigatória a instalação de lavatórios/pias. Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de recursos para secagem das mãos. No lavabo cirúrgico, o acionamento e o fechamento devem ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou célula fotoelétrica.

Para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos ou que a equipe de assistência tenha contato direto com feridas, deve existir, além do sabão já citado, provisão de anti-séptico junto às torneiras de higienização das mãos.

Todos esses lavatórios devem ter fácil acesso e atender à proporção abaixo definida:

Quarto ou enfermaria.
1 (um) lavatório externo para no máximo, 4 (quatro) quartos ou 2 (duas) enfermarias;
UTI.
1 (um) lavatório a cada 5 (cinco) leitos de não isolamento;
Berçário.
1 (um) lavatório a cada 4 (quatro) berços;
Ambiente destinados à procedimentos de reabilitação e coleta laboratorial.
1 (um) lavatório a cada 6 (seis) boxes
Unidade de processamento de roupas.
1 (um) lavatório na área suja (banheiro) e 1 (um) lavatório na área limpa.

DISPENSADORES DE SABÃO E ANTI-SÉPTICOS

Para evitar a contaminação do sabão líquido e do produto anti-séptico, têm-se as seguintes recomendações: Os dispensadores devem possuir dispositivos que facilitem seu esvaziamento e preenchimento. No caso dos recipientes de sabão líquido e anti-séptico ou almotolias não serem descartáveis, deve-se proceder à limpeza destes com água e sabão (não utilizar o sabão restante no recipiente) e secagem, seguida de desinfecção com álcool etílico a 70%, no mínimo uma vez por semana ou a critério da CCIH. Não se deve completar o conteúdo do recipiente antes do término do produto, devido ao risco de contaminação. Para os produtos não utilizados em recipientes descartáveis, devem-se manter os registros dos responsáveis pela execução das atividades e a data de manipulação, envase e de validade da solução fracionada.

A validade do sabão, quando mantida na embalagem original, é definida pelo fabricante e deve constar no rótulo; A validade do produto fora da embalagem do fabricante ou fracionado deve ser validada para ser estabelecida, ou seja, pode ser menor que aquela definida pelo fabricante, pois o produto já foi manipulado; essa validade pode ser monitorada, por exemplo, pelo uso de testes que apurem o pH, a concentração da solução e a presença de matéria orgânica.

Deve-se optar por dispensadores de fácil limpeza e que evitem o contato direto das mãos. Escolher, preferencialmente, os do tipo refil. Neste caso, a limpeza interna pode ser feita no momento da troca do refil.

PORTA-PAPEL-TOALHA:
O porta-papel-toalha deve ser fabricado, preferencialmente, com material que não favoreça a oxidação, sendo também de fácil limpeza. A instalação deve ser de tal forma que ele não receba respingos de água e sabão. É necessário o estabelecimento de rotinas de limpeza e de reposição do papel.

SECADOR ELÉTRICO:
No processo de higienização das mãos, não é indicado o uso de secadores elétricos, uma vez que raramente o tempo necessário para a secagem é obedecido, além de haver dificuldade no seu acionamento. Eles podem, ainda, carrear microrganismos. O acionamento manual de certos modelos de aparelho também pode permitir a recontaminação das mãos.

LIXEIRA PARA DESCARTE DO PAPEL-TOALHA:
Junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo necessária a existência de tampa. No caso de se optar por mantê-lo tampado, o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilização das mãos.

As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em:

Higienização simples das mãos;
Higienização anti-séptica das mãos;
Fricção de anti-séptico nas mãos;
Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos.

A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada.

A legislação brasileira, por meio da Portaria n. 2.616, de 12 de maio de 1998, e da RDC n. 50, de 21 de fevereiro 2002, estabelece, respectivamente, as ações mínimas a serem desenvolvidas com vistas à redução da incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde e as normas e projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
 Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de1999.
Na aquisição de produtos anti-sépticos, deve-se verificar se estes estão registrados na Anvisa/MS. As informações sobre os produtos registrados na Anvisa/MS utilizados para a higienização das mãos estão disponíveis no endereço eletrônico:

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