terça-feira, maio 10, 2022

Cadê a Roupa que estava aqui?


 *Marcelo Boeger & Roberto Farias 

Roberto Farias: Prof. Boeger, me responde por Deus se eu não estou perdendo o juízo. Sempre que me aproximo das rouparias ou até da hotelaria escuto vozes que parecem ecoar nos meus ouvidos:

- Onde está a roupa que estava aqui?

- Como está faltando se no último inventário tínhamos x mudas?

- Será que foi evasão?

Devo procurar um otorrino ou um psicólogo? Quem sabe um psiquiatra? 

Boeger: Prof. Roberto, essas são as perguntas de um milhão de dólares da hotelaria...

Veja, a roupa se movimenta, viaja diariamente para lá e para cá... essas perguntas ressoam nas rouparias e corredores de hoteis, resorts, pousadas, hospitais e lavanderias há muitos anos. O fantasma do inventário passado nos assombra e tanto que queremos acreditar que foi contado todas as peças na totalidade para que possamos tomar as melhores decisões sobre controles, compras, aquisições etc. 

Roberto Farias: Prof Boeger, então, se existe a possibilidade da roupa simplesmente “desaparecer” na frente de nossos olhos, nos leva a buscar, as vezes empiricamente, os responsáveis nas várias etapas que a roupa cumpre - da rota suja até a rota limpa: entre veículos, rouparias, prateleiras, gaiolas e o processamento das roupas. Podemos, porém, diferenciar que a probabilidade de desaparecer é muito maior na rota limpa do que na suja. 

Boeger:  A roupa não desmaterializa. Mas para continuar a existir como “Ativo”, a roupa depende da observação de diversos elementos desde seu correto uso a seu adequado processamento dentro das lavanderias industriais e nos processos de distribuição e coleta.

À primeira vista, para alguém que não atua neste mercado, pode parecer um controle muito simples e elementar, mas o controle de enxoval no mercado profissional passa por inúmeros elementos que afetam seu desempenho, controle e obriga a seu gestor, em buscar pelo conhecimento de seus possíveis comportamentos, diante de tantas variáveis existentes para tentar prever seu uso, sua vida útil e o seu desempenho.

Roberto Farias:  Sim. Além do perfil de consumo de cada tipo de cliente, da boa performance do algodão e do poliéster, da composição físico-química da água que processa a roupa, dos equipamentos da lavanderia, dos produtos químicos minuciosamente escolhidos para um melhor desempenho e de toda logística por trás das peças, necessária para dispor a roupa certa, ao cliente certo, no momento certo...

Boeger:  Ou seja, mais do que qualquer outro elemento, a gestão correta do enxoval e o conhecimento necessário sobre seu dimensionamento afeta um ativo importante, caro e de um controle minucioso e necessário, de impacto direto na qualidade dos serviços: seja em meios de hospedagem como nas Instituições de Saúde.  

Roberto Farias:  É necessário reunir estes elementos todos e trazer aos gestores os seguintes aspectos para que possam contribuir para: 

• Fundamentar conceitos sobre fibras e classifica os tecidos visando aumentar a compreensão sobre sua utilização e limitações impostas por sua origem,

• Transcrever as vivências profissionais em diversas perspectivas de gestão de enxoval e do processamento de roupas,

• Relatar casos de uso na Hotelaria (meios de hospedagem) como em Instituições de Saúde

• Apresentar tendências, ideias e sistemas de controle,

Boeger:  Quando falamos de roupa, hoteis e hospitais bem dimensionados, não falta e nem sobra. Suas rotinas agregam valor no atendimento, aumentam a segurança, reduzem custos e desperdícios em toda cadeia que a roupa participa: da aquisição ao descarte.

Roberto Farias: Isso daria um belo nome para um livro...